Paixão e desejo

Durante muito tempo tentei criar regras para os relacionamentos. Por um lado era uma forma de tentar entender o que eu e os outros sentiam, tentar dar uma luz ao que via acontecendo na minha frente e que não fazia muito sentido. Levei um tempo – tempo demais – para sacar que boa parte das coisas “erradas” que aconteciam num relacionamento se davam principalmente pela falta de comunicação e de vontade para todo o restante.

Intuitivamente eu falava para as amigas – aquelas com quem eu me ocupava definitivamente e que tomavam horas do meu dia com deliciosas conversas sobre si mesmas e suas inabilidades com os homens – que a chave de tudo é o desejo. Quem sem desejo, não se constrói nada em cima. Ele é o arcabouço para qualquer relacionamento mais duradouro. É algo óbvio, eu sei, mas que precisava ser dito.

Porém, como tudo que é óbvio, também pode se provar errado.

Me impressionam as histórias das pessoas que se conhecem apenas na hora do casamento. As histórias das pessoas que vivem setenta anos juntas. As histórias das pessoas que resistem, independente da paixão.

A paixão é a filha torta do desejo

 

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