Do que são feitas as estrelas?

Sou um possuidor de um coração vagabundo. Desses desclassificados mesmo. Nunca tive medo de me atirar ao chão e pedir carinho, fingir de morto, virar a barriga para cima, olhar com orelhas caídas e olhos grandes para quem queria/fingia me dar afeto. Certa feita, menina me subornou com um beijo se fizesse eu uma cena em plena Praça Saens Peña. Não fiz a cena por vergonha – esse sentimento estúpido e inútil, especialmente a vergonha alheia – e fiquei sem. Acho que ali tracei uma linha no chão e me recusei a cruzar.

Obviamente, com a idade, as vergonhas tendem a deixar de travar a mão. Mas essas trocam de nome e passam a se chamar de “conveniência”. Pois, como se diz no mundo da moda, tudo pode, mas nem tudo convém.

Estava no chope, conversando com amigos e conhecidos (mais desses que daqueles) e, ao voltar para casa, lembrei de pessoas com quem eu queria dividir a noite, seja no papo moleque, na conversa de várzea, no papo-furado arte, ou no aconchego de lençóis da minha cama king size. Tudo armadilha da necessidade de autopsiar a minha própria melancolia. Resultado: muito chope e uma enxaqueca pela manhã.

Passam-se os dias, as inspirações para escrever, as tarefas burocráticas d’A firma, as oportunidades de ficar milionário, os 2,4km que caminho de volta para casa quase que diariamente e eu, preso em uma nostalgia das coisas que deixei de fazer.

Nem São Paulo, com seus céus azuis e seus poentes impossíveis me comovem mais.

Aí, a amiga Mariana Blanc posta no seu perfil do Orkut: “Do que são feitas as estrelas? saudade.” Se for verdade, minha estrela brilha forte, cada vez mais forte.

Coralie Clément – Je ne sens plus ton amour

Je ne sens plus ton amour
J’ai mal aux yeux
J’ai mal aux yeux de l’amour
Je met ma main au feu

Je ne sens plus ton amour
C’est ennuyeux
Que ça rende aveugle et sourd
Et si malheureux

Tu m’as dit d’une voix glacée
Tu commences à m’agacer

Je ne sens plus ton amour
Mon amoureux
Suis-je ta roue de secours ?
Attendais tu mieux ?

Je ne sens plus ton amour
Si radieux
Et je n’ai aucun recours
Tu fais comme tu veux

Tu m’as dit d’une voix sincère
Ne me laisse pas prendre l’air

Je ne sens plus ton amour
C’est facheux
Que tu joues 10 heures par jour
Dans le salon bleu

Je ne sens plus ton amour
J’ai mal aux yeux
J’ai mal aux yeux de l’amour
Je met ma main au feu

Tu m’as dit d’une voix glacée
Ne me laisse pas me casser

Je ne sens plus ton amour
Je ne sens plus ton amour
Je ne sens plus ton amour
Je ne sens plus ton amour
Je ne sens plus ton amour
Mon amour

ouça aqui!