Pontos de Cosme, Damião e Doun

Simpatia para Obter a Graça de Cosme e Damião e ter um pedido realizado. –  Cartomantes de Sara

Cosme e Damião,
Damião cadê Doun?
Doun foi passear lá no cavalo de Ogum
Cosme e Damião,
Damião cadê Doun?
Doun foi passear lá no cavalo de Ogum
Dois dois sereias do mar
Dois dois mamãe Iemanjá
Dois dois sereias do mar
Dois dois mamãe Iemanjá

Cosme e Damião
O que é que eu vou comer?
Peixe da maré
Com azeite de dendê!

Fui no jardim colher as rosas
A vovózinha deu-me a rosa mais formosa
Fui no jardim colher as rosas
A vovózinha deu-me a rosa mais formosa
Cosme e Damião, ÔOOOh Doun
Crispim , Crispiniano
São os filhos de Ogum
Cosme e Damião, ÔOOOh Doun
Crispim , Crispiniano
São os filhos de Ogum

Bahia é terra de dois
Terra de dois irmãos
Governador da Bahia
É Cosme e São Damião
Bahia é terra de dois
Terra de dois irmãos
Governador da Bahia
É Cosme e São Damião

Bahia é terra de coco
Cidade de dois irmãos
Bahia é terra de coco
Cidade de dois irmãos
Governador da Bahia
São Cosme e São Damião
Governador da Bahia
São Cosme e São Damião

Hoje tem alegria, hoje tem alegria
Hoje tem alegria no dia de hoje
Hoje tem alegria.

Quem vem, quem vem lá de tão longe
São os anjinhos que vêm trabalhar
Quem vem, quem vem lá de tão longe
São os anjinhos que vêm trabalhar
Oi dai-me forças
pelo amor de Deus, meu Pai Oi dai-me forças
Nos trabalhos meus.

Um, dois, três
Quatro, cinco, seis
Eu vou chamar criança
na cabeça de vocês

Se eu pedir você me dá
Se eu pedir você me dá
Um brinquedinho papai
Pra eu brincar
Um brinquedinho papai
Pra eu brincar

Cosme e Damião
a sua casa cheira
Cosme e Damião
a sua casa cheira
Cheira a cravo, cheira a rosa
e a botão de laranjeira
Cheira a cravo, cheira a rosa
e a botão de laranjeira

Crianças quando vem lá de Aruanda
Inhaçã é quem manda
Crianças quando vem lá de Aruanda
Inhaçã é quem manda
Elas vem gritando
auê auê
ao romper da aurora
Elas vem gritando
auê auê
ao romper da aurora
esquindin, esquindin
as crianças brincam assim
esquindin, esquindin
as crianças brincam assim
esquindin, esquindin
as crianças brincam assim
esquindin, esquindin
as crianças brincam assim

Que lindo cavalo branco
que aquele menino vem montando
Descendo naquela serra
dizendo que é filho de soldado
É Damião, é Damião
é Damião no lindo cavalo de Ogum
É Damião, é Damião
é Damião no lindo cavalo de Ogum

Oração a Santo Expedito

Meu Santo Expedito das causas justas e urgentes, intercedei por mim junto ao nosso Senhor Jesus Cristo, socorrei-me nesta hora de aflição e desespero. Vós que sois o Santo dos desesperados, Vós que sois o Santo das causas urgentes, protegei-me, ajudai-me, dai-me força, coragem e serenidade. Atendei ao meu pedido.

Meu Santo Expedito! Ajudai-me a superar estas horas difíceis, protegei-me de todos que possam me prejudicar, protegei a minha família, atendei ao meu pedido com urgência. Devolvei-me a paz e a tranqüilidade. Meu Santo Expedito! Serei grato pelo resto de minha vida e levarei vosso nome a todos que têm fé.

Muito obrigado.

Carta a uma futura adulta

Minha menina,

Um dia acordei com um mau-humor mais terrível que o costumeiro. Ele me acompanhou pelas avenidas dessa cidade-monstro, nos lanches e nas conversas com os colegas, no almoço, nos interlúdios de trabalho e nas linhas dos emails enviados. Ele também esteve no meu cangote na hora que voltei para casa, no jantar à frente do computador e deitou-se comigo como uma sombra que me cobria, aninhava e reconfortava.

No meio da noite, essa sombra cobrou o seu preço e foi-se com todas as outras sombras nas primeiras horas da manhã, deixando um vazio frio e perturbador.

Nessas horas de desespero que bate à porta, lembro-me sempre dos seus abraços e de seu sorriso moleque e me atenho ao fato que esses momentos são cada vez mais raros. Ainda assim, a lembrança que nunca será apagada desses pequenos gestos, para mim são o alento que me mantém a vontade de levantar diariamente apesar das cobertas que insistem em retirar o pouco brilho que ainda mantenho nos olhos.

Meu maior medo é que ao apagar das luzes eu deixe pouco mais que uma impressão digital na tua vida porque eu queria ter deixado para você um mundo com mais verde entre nós, e menos cinza, com mais brincadeira de rua, e menos vídeo-game, mais céu azul e vento fresco e menos mormaço. Mas minha vida tomou curso diferente do que eu tinha planejado e meus amigos, pares, contemporâneos juntaram-se a mim em não fazer nada a respeito disso. E eu queria ter deixado um mundo mais justo e honesto, com maior divisão de riqueza e menor sacrifício diário, mais compreensão e entendimento. Mas tudo isso é sonho, não é mesmo? Então queria deixar esses sonhos para você, embrulhados no papel de pão que te espera quente com leite achocolatado e que você pode comer a hora que quiser.

Ou deixar quieto na mesa.

Então o que eu lhe legaria? Eu poderia tentar te ensinar o que aprendi, mas não sou culto ou inteligente o bastante para te passar algo diferente do que os livros que você lerá e que teus professores lhe ensinarão. Talvez consiga te passar a única coisa que aprendi com as salas de aula: pense diferente e discorde sempre. Confrontar o que lhe é ensinado é a única forma de reforçar o que se aprende ou de aprender algo novo. Ou de ensinar. Fuja de quem te pede para decorar. Abrace quem te deixa pensar. Abrace duas vezes quem briga contigo para que você entenda, aprenda, discuta, pense. Pense. Pense muito. Pense mais.

Mas não acho que isso seja o suficiente. Provavelmente você encontrará um professor ou um amigo que lhe ensinará a mesma coisa e, bem ou mal, repito apenas o que ouvi antes de mim e que se repte desde os gregos filósofos.

Acho que o meu legado, a minha herança, vai ser algo mais sutil mesmo e não tem jeito. Nenhuma frase de efeito, nenhum piquenique onde ganharíamos todos os prêmios ou um roteiro de filme de sessão da tarde. Tudo bem. No fim, não importa o que deixarei para você. O que importa, de fato, é que eu te deixo para ti. Você é a senhora do seu nariz e tenho certeza que escreverá uma história mais bela e relevante que qualquer uma que eu conseguisse escrever, sonhar, ser.

Menina, o meu legado é o amor.

Do teu saudoso pai.

Da arte de zurrar, grasnar e gramar

Eu gostava de me imaginar velho, quando novo. Nunca tive sonhos de uma juventude imorredoura. A velhice me dava um alento de realização que sempre achei muito mais interessante que a energia difusa e desfocada da adolescência. Sou atípico, fato, mas acho que não sou único. Me precede Nelson Rodrigues e tantos outros antes dele.

O que me encantava – encanta – na visão projetada da velhice é a sensação da realização sem a penúria e o esforço do erigir. Era saber que teria uma história que me precederia antes de eu entrar numa sala. Já imaginava as pessoas cochichando: “Olhe lá! Aquele é o Zander Catta Preta! O autor de vinte livros, fala doze línguas e doutor em filosofia. E um gato, no alto dos seus cento e doze anos!”

Mas me enerva ter de gramar por tanto tempo e por tanto nada e por tantas vezes. Sinto-me um jumento mascando a grama da vida a cada dia, sem entender que deitar e rolar na relva úmida de orvalho dá mais prazer que a barriga cheia de celulose e clorofila que sou obrigado a deglutir diariamente. Se a bosta que sai desse processo tivesse serventia, ainda que esse excremento adubasse algo a mais que mais grama, eu ficaria feliz de ser parte do processo de grama-bosta-grama-bosta-grama.

Nesse caso, eu zurraria ao mundo que a grama é boa. “A grama é boa!” E comeria tufos seguidamente e ofereceria mais quantidades aos outros companheiros dizendo que “a grama é boa!” e que “bela bosta” teríamos produzido ao fim de cada dia. Ao cair da noite, me recolheria ao estábulo onde, ainda cansado de tanto gramar, dormiria um sono exausto, suado e sem sonhos.

Mas – o horror! o horror! – por vezes a própria merda que é o que é consumido e com beiços lambidos. Mas aí já não é minha culpa, apenas a desculpa de medíocre ambulante que teima em ser “diferente” da massa que zurra em uníssono comigo. Me porto como quem grasna descontroladamente no meio do quintal verde, cheíssimo da mesmíssima grama. Ali, eu finjo caçar vermes e abano asas inúteis que não me voam e estico o pescoço para grasnar: “A grama é uma merda! A grama é merda!” e bato no próprio peito como se houvesse orgulho em continuar no processo com a revolta juvenil renovada no peito. Mas até isso cansa e volto a abaixar as minhas orelhas, desemplumando-me.

Dado o percurso até aqui, não me surpreendo que, num futuro bem próximo, eu seja olhado com desdém por alguém que se porta como ganso que aponta na coluna da vida os derrotados, os mal-ajambrados, os losers, como se ele próprio se arrolasse entre os winners. Daí, na mesa do boteco semi na moda, ele falaria ao ver o velho passar na Ladeira da Memória: “Olhe aí! O Zander quase tropeçou em você. Bêbado, mal-ajambrado e frustrado, até que está bem para os seus setenta e dois anos.” “Ele tem quarenta, rapaz. Quarenta.” “Que vida de merda, né?”

Ainda assim espero desalentado o júbilo que o anonimato me reserva.

coisas que fazem sorrir

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EepyBird’s Sticky Note experiment from Eepybird on Vimeo.

De Gizmondo Brasil

A Eepybird, os mesmos que gravaram uma série de clipes de Diet Coke com Mentos, criou um vídeo igualmente – se não mais – marcante: 280.951 Post-its utilizados de diversas maneiras em um ambiente de trabalho. Vale a pena. [via Geekologie]

Adoro.