Mais uma vez, tentei e não consegui.
Minha covardia calou minha boca, amarrou minhas mãos, embotou minha mente e falhei em abrir a alma.
Fechada, cerrada, minha paixão não se expressou, nem para o bem, tampouco para o mal.
Me resumo à minha incrível capacidade de não amar.
Você estava lá, à minha frente, e sequer tive coragem para lhe perguntar se me queres, se me aceitas.
Volto caído. Mais sombrio que a noite. Me rendo aos sonhos, desisto da carne.
O que preciso fazer para te ser teu?
Você já deve ter percebido que sou melhor escrevendo que falando. A distância fria da máquina facilita a minha comunicação.
O que faço com o que guardo dentro de mim?
Continuo me arrastando na sua sombra?
Sei que posso parecer bobo, e você já deve ter sacado tudo.
Faz 10 anos que você me tem na mão e não quer mais nada.