we’re green

É meio pelassaco, mas achei maneiro. 😀

We're green

Carbon Neutral. That’s us.

DreamHost is carbon neutral.

We’ve calculated the impact of everything that DreamHost uses and leaves behind in the course of our daily work. All of the resources that we use – paper in the office, electricity for our servers, even the gas in our cars that bring us to the office – leaves behind some kind of soul-sucking residue in the world.

When we learned that running DreamHost generated as much carbon dioxide as 545 average-size homes we realized we had to do something.

Renewable Energy Credits

Putting a price on carbon output is just one way to help make the world a better place. It’s a first step towards true energy sustainability. Organizations large and small are constantly working on reducing their environmental emissions. When they do so a neutral third party then steps in to verify the reduction and issues what are known as “Renewable Energy Credits”. We’ve purchased enough of these credits – which are retired after purchase and not resellable – to account for our energy usage. The proceeds of these credit purchases are then put toward funding further emission reduction and renewable energy projects. We are not currently able to actually power our servers with the wind or the sun, but this is the next best thing! Our Renewable Energy Credits (RECs) have been certified by Green-e.

Carbon Credits

We’ve also purchased carbon credits from The Gold Standard. These credits come directly from reductions that meet standards established by the Kyoto Protocol and offset emissions from projects that would otherwise not exist.

What else can we do?

We’re always looking for more ways to reduce our resource usage around the office and the data center. We use coffee cups made from fully renewable resources. In the last couple of years we’ve also been deploying many more servers with notoriously power-efficient AMD processors. As processor and server technology continues to evolve we’ll follow the path of power efficiency.
It just makes sense!

“I keep seeing these icons…”


If you see the icons above on any of the sites that you visit, click them. If the site owner has done things right you’ll be taken to a page that should confirm the site is hosted with DreamHost – a proudly carbon-neutral hosting company.

Cordel do Fogo Encantado – Chover (ou Invocação Para Um Dia Líquido)

Composição: Lirinha; Clayton Barros

“O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove*

Chover chover
Valei-me Ciço o que posso fazer
Chover chover
Um terço pesado pra chuva descer
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê

Chover chover
Cego Aderaldo peleja pra ver
Chover chover
Já que meu olho cansou de chover
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê

Meu povo não vá simbora
Pela Itapemirim
Pois mesmo perto do fim
Nosso sertão tem melhora
O céu tá calado agora
Mais vai dar cada trovão
De escapulir torrão
De paredão de tapera**

Bombo trovejou a chuva choveu

Choveu choveu
Lula Calixto virando Mateus
Choveu choveu
O bucho cheio de tudo que deu
Choveu choveu
suor e canseira depois que comeu
Choveu choveu
Zabumba zunindo no colo de Deus
Choveu choveu
Inácio e Romano meu verso e o teu
Choveu choveu
Água dos olhos que a seca bebeu

Quando chove no sertão
O sol deita e a água rola
O sapo vomita espuma
Onde um boi pisa se atola
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola**

Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu que amarrotou
Foi tanta água que meu boi nadou***

*Zé Bernardinho
**João Paraíbano
***Toque pra boiadeiro

ouça aqui

Coco Rosie – Sunshine

To all the boys and the girls outside
You know I didn’t cry
But you saw me anyway
In the back of the creek one day
And if you’re trying to get a ride
On a rollerskate or a bike
Just ask and I’ll take you round
The block and back this way again
To all the boys and the girls outside
Why don’t you come and fly with me
I’ll show you why I ran away
The other day from my mom and dad
All the boys and the girls outside
I know you’ve got crazy things inside
And that’s why I’ve got to show you
How I do the things I do best
I like to rollerskate on bike
And that’s why I’ve got crazy style
I go so fast around the block
And as I do I sing this song to you

Sunshine Oh sunshine
If you don’t know why you shine
You have to go into the sun
You’ll have to go inside

Ouça aqui.

Tiros sobre Copacabana

publicado em Não… Não para!

publicado na Tribuna da Imprensa

“Você tem uma arma?”

Era para eu ter ficado chocado. Ela sempre fazia isso. Do nada, sacava uma frase surreal no meio da conversa. Na verdade, nem precisaríamos estar conversando. Bastaria ter algum silêncio inadequado que aquela cabecinha seqüelada produziria alguma coisa digna de nota. Totalmente sem sentido, mas notável mesmo assim.

“Sério mesmo. Você tem uma arma?” “Nunca teria uma em casa, você sabe disso. Acho que pode causar mais acidentes que proteger. Principalmente nas minhas mãos.” “Hm. Sei. Mas nunca quis ter uma arma?”

O mais engraçado é que ela concatenava o absurdo com uma razão improvisada. Sempre que vinha com esse “hm sei” dela, eu já sabia no que daria: dores de cabeça e um nó racional que repercutiria por toda a semana. Se havia algo que essa mulher sabia fazer com maestria, era me encucar com algo que, ao chegar o domingo, não teria a menor importância.

“Qual o porquê de você querer uma arma agora?” “Mas eu não quero uma arma. Só quero saber se você tem uma, oras! Não se pode perguntar mais nada?”

Essa era outra tática. Transformava o absurdo em algo óbvio. Me desarmava de tal forma que só tinha como assentir e responder diretamente qualquer coisa que me perguntasse dali pro fim da noite. Ou terminaria ali mesmo, o que não era objetivo de nenhum de nós no momento. Aparentemente.

“Não tenho uma arma, minha linda. Nem terei.” “Pena.”

Juntou cuidadosamente as tralhas que havia espalhado em cima da mesa do bar. As chaves do carro e da casa. O celular — “não deixa o celular na mesa que os moleques daqui do Hipódromo roubam e você nem vai perceber o que aconteceu”, eu dizia. A carteira de motorista. A cópia da identidade rasgada e maltrapilha que nunca tirara a segunda via. Os trocados do doce que o moleque vendera. A vontade de transar. Tudo dentro da bolsa de vinil vermelha que ela ostentava contra o bom gosto e senso.

“Uai. Já vai?” Apelei desesperado. Era quase como buzinar no trânsito ou chamar de gostosa a gordinha que passa na frente da obra. Inócuo, mas impossível de controlar.

“Vem. Vamos.” Surpreso, fui.

Duas horas de suor, lágrimas — sim, ela chora na hora H — e algum sangue — malditas unhas nas costas — ela desabou satisfeita. Eu sigo, semimorto. Ela caprichara bem na parte sadô da nossa relação sem nome. Num pulo, ela se levantou. Foi até o guarda-roupa e trouxe uma caixa de madeira com veludo. Dentro, como era de se esperar, uma arma. Um trinta e oito cromado. Ou um quarenta e cinco, sei lá. Nunca entendi dessas coisas.

“É teu. Atira.” “Hein?” “Atira, eu disse.” “Como assim? Atirar? Atirar em quê?” “Sei lá. Pro teto. No lustre. No abajur. Atira, anda. Atira!”

E, imperativa, apontava para possíveis alvos no quarto. Ao mesmo tempo suas mãos procuravam algo que já estava mais que esfolado, dadas as atividades lúdicas de horas a fio.

Lânguida, ela gemia. “Atira, vai. É bala de festim.” E era. E quem vai entender a tara de quem mora na Sá Ferreira…

O espaço na cama

publicado na Tribuna da Imprensa.

Vira e mexe, Helena dormia suada sobre o meu braço direito. E eu reclamava.

“Não faz isso. Eu tenho bursite, você sabe.”

E ela trocava de lado por cima de mim. Às vezes, quando nua, trocava, parava, não trocava, ficava. Sorria lasciva. Às vezes ela apenas dava as costas e voltava a dormir, e era um convite para eu enconchá-la. E eu sabia que ela estava sorrindo do lado direito da cama.

Quando isso ocorria, eu gostava de ouvir a respiração de Helena. Cantava desafinado alguma música de Jeff Buckley. Ou dos Beatles. Ou dos Bee Gees. Ou do Chico, a qual eu não desafinava tanto, mas ele, sim. E ela não gostava e me mandava calar a boca ou contar uma história de dormir. E eu contava histórias picantes de fadas, gigantes, gnomos e de jogos on-line em que tínhamos de derrotar todos esses seres fantásticos para ganhar pontos e nos tornar guerreiros ou magos mais eficientes nesses brinquedos de internet. Obviamente ela não passava da sexta frase do que eu dizia — não importasse quão emocionante fosse a minha aventura digital — e ferrava no sono.

Helena também dormia sobre minha barriga. E eu reclamava.

“Não faz isso. Me dói o diafragma, e eu não consigo respirar direito.”

Helena saía da minha barriga contrariada. Ou descia animada buscando algo que podia estar de prontidão, que deveria estar de fato, mas ultimamente não. Ou era a mente que viajava nos problemas de ontem, ou a vontade que sumia nos problemas de amanhã por desculpa ou motivo. Não fazia diferença.

Helena não desistia de mim. A não ser nos dias que desistia de si. E, nesses dias, Helena cerrava o cenho e não dava nem beijo nem palavra. Nem nada. E se deitava no meu ombro e era expulsa quando era o ombro direito. Mas quando não, falava obscenidades no meu ouvido. Colocava um disco do Pearl Jam — que eu particularmente odiava — e me dizia que, com raiva, eu ficava mais sensual. E eu era mais sensual só para ela, naquela hora, com aquele disco que eu amava odiar.

Nos últimos tempos, Helena me apertava o nariz quando nos beijávamos no pós-coito. E eu reclamava.

“Beija do lado esquerdo. Eu só respiro por uma narina. Você sabe…”

E ela olhava para mim, triste. Triste de “só queria ver você feliz, você sabe disso”, e eu triste de querer ser feliz ali ao lado dela mas não conseguindo achar a felicidade que era para estar ali, nos lençóis e nas coisas bobas que os amantes têm de falar entre si. E eu triste de dizer que a queria muito, mas muito. Mas o corpo cala e não tem palavra que diga “eu te amo” quando os olhos só dizem “eu te quero bem”. E eu queria ouvir Vinícius cantado por Tom e Toquinho e queria que Helena fosse o peso que carrego no ombro direito, a falta de ar no nariz tapado ou do diafragma apertado. Queria que Helena me pesasse sempre os ombros, as pernas. Que me fosse cada dor física que me deixava quando deixávamos a alcova.

Só não queria que ela se tornasse o vazio insistente do lado esquerdo da minha cama que existe desde que me entendo por gente. Um vazio que não se vai. Esse vazio que é só meu e que me define desde que aprendi a desamar.

carta do dia: ás de ouros

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Dando-se valor

O Ás de Ouros emerge como arcano conselheiro neste momento de sua vida, Zander, sugerindo que é chegado o momento de resgatar sua auto-estima ao máximo, de se dar o devido valor. Se você não encarar a si como seu próprio especial investimento, quem o fará? Momento de se dar presentes, de cuidar da própria aparência, de fazer-se radiante de beleza. Procure investir seus recursos financeiras de uma maneira calculada e econômica, o que não significa ser sovina. Diante do que vale a pena, use seus recursos e você os verá multiplicados ou mesmo terá a clara sensação de que realizou bons investimentos. Uma boa relação com o dinheiro é fundamental para tudo, até mesmo para coisas mais abstratas, tais quais a vida espiritual e o amor.

Conselho: Aprenda a ter uma boa relação com o dinheiro neste momento!