Quase um adeus

publicado na Tribuna da Imprensa

Depois do almoço, reuniu-se com as lembranças que dormiam em cima da mesa. Catou fotos, bonecos, brinquedos, papéis velhos, cedês de apresentações que nunca foram rodados. Catou tudo e jogou na lata de lixo, pequena diante de tanta memória.

Juntou as canecas, os copos, os pesos de papéis, as bolas para massagem. Abriu dois ou três pacotes com brindes que já viravam mais um milênio. Desembalsamou relatórios, apresentações, demonstrativos financeiros, comportamento de mercados extintos.

Olhou para as fotos com carinho. Pessoas com quem trabalhara, amigos efêmeros, parceiros circunstanciais, estavam ali retratados com sorrisos perenes. Perdurados na hipocrisia da construção dos sonhos modernos, na bandeira da empresa que lhes assegurava o pão e o circo eletrônicos.

Sentou-se.

Pensou um pouco sobre os impérios que foram erguidos no passado, nos líderes, nas obras que entraram para as lendas. Sempre fora um admirador da história antiga e achava um absurdo gastar esforços de uma vida para algo que duraria alguns segundos na percepção de alguém. Vidas concentradas em trinta segundos de atenção.

Caiu em si quando não conseguiu se lembrar do que comera no dia anterior ou como eram os tetos temporários de quando morara em São Paulo. Ficou apenas a incômoda sensação de fazer o check in com um rosto diferente por semana e de não conseguir se apegar a nada, absolutamente nada.

Nem a ninguém.

Limpou todas as gavetas e separou o que considerava importante: a escova de dentes, o molho das chaves de todas as casas que habitara, o canivete suíço. O resto ficou ali mesmo. Não queria carregar nada do passado, tornar-se-ia tábula rasa, reinventando a si mesmo a cada seis meses. Cortaria o cabelo de formas diferentes, usaria óculos, engordaria e deixaria a barba crescer. Depois voltaria ao que era.

Não. Pensou melhor. Manteria o mesmo aspecto. Seria o mesmo essencialmente mas assumiria que não teria mais vínculo a nada, que apenas seria um beduíno urbano. Carregaria apenas o que precisasse e não mais que isso. Para que duas tevês, três computadores? Seria quase espartano em casa. Assim que arrumasse uma, é claro.

Passou no RH, deixou os documentos e marcou data e hora da homologação. Oito anos na mesma empresa. Seis locações diferentes. Doze escritórios. Centenas de funcionários. Tava mesmo na hora de puxar o carro, de “encarar novos desafios”.

Tava era de saco cheio.

De saco cheio de tudo novo sempre de novo. Ou das mesmas coisas continuadas. Estava no meio de seu próprio turbilhão emocional. Só sabia que iria deixar tudo para trás.

Tudo mesmo. Tudo. Mesmo.

Ainda assim, um passo de cada vez.

ESTAMOS CHEGANDO?

Fabrício Carpinejar

Quando estamos viajando, meu filho desde a saída pergunta: estamos chegando? Afirmo que sim, apesar de faltar 300 Km. Cinco minutos depois, lá vem ele com a mesma questão: estamos chegando? Por mais que ande rápido ou vença o trajeto, nada o demoverá da teimosia de querer descer logo ou de ser informado com detalhes de onde está.

Estar chegando revela a ansiedade em definir os relacionamentos. Fala-se da proximidade para afugentar a distância. Não é uma mentira, é uma verdade afoita. Apressamos em dizer que amamos para não conviver com as dúvidas e tampouco gerar suspeitas da legitimidade do sentimento. Há uma pressa pelo final em todo o início e há uma pressa pelo início em todo o final. É obrigatório dizer “eu te amo” para continuar e formalizar o laço.

Talvez seja paixão, mas “eu te amo” já pula da garganta. Talvez seja atração e “eu te amo” fica sentado na primeira fila. Talvez seja carência e “eu te amo” puxa a ponta da camisa e da língua para frente. Não que seja desonesto a declaração, pois não definiremos ao longo dos dias quando se ama verdadeiramente. A precipitação é um modo de garantir, de tomar conta. Não se vive de porta aberta, “eu te amo” é a chave. Ama-se com o quarto fechado. É dito para fazer valer o esforço da conquista, coroar a sedução, assegurar que aquela pessoa é sua, e que não mais corre o risco de perdê-la. Caso nenhum dos dois fale, amarga-se uma sensação de inutilidade e de desprezo.

Não existe como sair ileso da encruzilhada: se não apregoamos o “eu te amo” somos insensíveis, se declaramos toda hora pode se tornar um aceno, mero cumprimento. É preciso cuidar para que não seja usado sem vontade. Um selinho não é suficiente para mandar a carta. Sem desejo, o “eu te amo” é saudação de lápide, entra-se no território da proteção e da rotina, para se despedir de amar. Servirá para afastar o beijo quando deveria prolongá-lo. E as atitudes, e as outras palavras não contam?

Quantas vezes proclamamos o amor precocemente? Antecipamos para que de fato venha. Prometemos para depois ver se acontece. Ainda que incomparável, o amor se faz pela comparação com experiências anteriores. Define-se pela sua força em sobrepujar as lembranças e relações anteriores. Ë a superação do que foi vivido que valida ou não sua intensidade. Não representa o amor, e sim uma nova tentativa de amar.

Será que o amor não é tão-somente vontade de amar?

Estou chegando. Nunca chegarei, amor é estar a caminho.

As tempestades eternas

Por vezes atravessamos uma rua sem sequer olhar se os carros possíveis se fazem presentes ou não. Normalmente isso se dá quando temos certeza que está tudo bem. Sinal fechado, altas horas da madrugada, ruas desprovidas de interesse viário. Ou então quando o nosso mundo interior está tão conturbado, tão agitado, que os eventos externos deixam de ser importantes.

Ele chegava em casa e sempre atravessava a Avenida Atlântica assim, sem ao menos ver se um automóvel mais saidinho ameaçava atravessar os sinais vermelhos ou se precipitar por sobre a faixa de pedestres. Sempre atravessava no sinal, quando vermelho, como lhe fora ensinado na escola. Andava na linha até o trem chegar. Não ousava nem ao atravessar a rua.

Não chegava muito tarde em casa não. Umas oito, nove horas no máximo. Chegava exausto, consumido pelo processo diário de lobotomização empresarial da empresa em que trabalhava. Se acordar era um esforço, levantar-se para voltar à casa era a realização da inutilidade de seus dias.

Já se desencantara com quase tudo. A própria carreira fora a primeira a sucumbir. Depois os amores, a vontade de ficar rico, de fazer cinco faculdades e seis mestrados, a diversão inocente, a diversão hedonista, o desânimo, o niilismo, tudo perdera o seu encanto, o glamour.

No verão parecia que tudo piorava: o ar pesado; o calor desumano; as poucas roupas das semi-deusas, filhas de Afrodite, inalcançáveis pelo seu salário sub-gerencial. Mas havia tempestades! Banhar-se na chuva da tempestade de verão quando chegava do trabalho era o máximo que chegara a um orgasmo.

Certa feita, antes de anoitecer, anunciava-se a tempestade. A expectativa parada do ar à beira-mar. Não ventava. Não esfriava. O bafo quente e úmido era a certeza que era um típico Verão Opressor. Não eram dias da alegria tradicional dos trinta e poucos graus, com Sol a pino e as roupas no armário. Era a face de Helios que se voltava lembrando aos seus adoradores que ele é pai: dá a vida e alegria mas toma-as ambas ao mesmo tempo, se necessário.

Na rua: pessoas apressadas para curtir o restinho de sol na praia; engravatados derretendo como velas, querendo chegar em casa para banho e cerveja gelada; crianças vivendo o resto da sua liberdade dos livros e horários, umas retratos do caos em sorrisos, outras deixando a infância em cada beijo dado; vendedores sobrevivendo na oportunidade e na contravenção.

Ele se apressara a sair do trabalho a tempo de ver as nuvens se amontoando como uma decisão de futebol no Maracanã. Aquela massa cinzenta vindo irresistível fazendo-se aterradora aos homens pobres de espírito.

Saltou do ônibus e sentou no quiosque em frente à Hilário de Gouveia. Esperou a primeira gota como quem espera a sobremesa depois de um almoço de vegetais insossos e minerais inertes. Em segundos estava encharcado de água e porra. Levantou-se. Pegou a pasta com os papéis inúteis e inutilizáveis. Atravessou a rua sem olhar para os lados.

Caminhava sem se preocupar em disfarçar a cara que pedia um cigarro pós-coito. Deparou-se com ela.

Primeiro notou os cabelos negros, cacheados, à altura dos ombros. Depois a pele alva. Aí viu que estava de vestido branco, seios à mostra na transparência dos tecidos. Os pêlos, mais discretos, perceptíveis a quem não fosse míope. Por último o sorriso de quem gozava como se não houvesse amanhã.

Ao redor dos dois, as pessoas apressadas em fugir da água, como se fossem de açúcar, outras abrigavam-se nas marquises dos restaurantes da beira-mar. Os raios no oceano soavam o encontro e os carros lentos se acumulavam na pista, compondo uma sinfonia de surdos elétricos, motores à explosão e buzinas eventuais. Esse mundo de pessoas, esse mar de histórias, passava invisível àquele casal.

Olharam-se. Descobriram que eram um para o outro. Os braços enlaçados. As bocas sôfregas. Os instintos finalmente descobrindo para que foram feitos.

Acordaram em um desses hotéis caros e vagabundos do Lido. Ele, contemplando a beleza nua dela. Ela, aninhada no peito dele, brincando com os pêlos parcos que insistiam em nascer. Ele pediu um café da manhã que veio rapidamente. Comeram. Beijaram-se. Amaram-se pela quarta vez.

Ao término da maratona, ela tentou esboçar assunto. “Qual o seu nome?” “Não faz isso.” “O quê?” “Não quebra esse silêncio.” “Como assim? Só quero saber o seu nome.” “Faz assim: não tenho nome para você. Se quiser, sou Chaac.” “Hein? Você é maluco?” “Não. Não é isso.” “Explica!” “Chaac é o deus Maia das chuvas e que…” “Deixa de babaquice. Qual é o galho?” “Tá bom. É que tem um cínico que mora aqui dentro, sabe?” “Hmhm.” “Um cara que acha que os encantos da vida são distração de um tolo, de um babaca distraído que se encanta com coisas corriqueiras, mundanas. De um idiota que não sabe que chuva é chuva, pedra é pedra, pão é pão.”

Fez cara de quem não estava entendendo nada, mas deixou ele continuar. “Então. Ele estava distraído – fugindo da chuva, eu acho – quando me encantei por ti. Nos encantamos pelo momento, pela magia das águas do céu e do mar, pelo anúncio da tempestade. Em ti, vi a Deusa que Chaac fecunda para a colheita do outono.” “Acho que estou entendendo.” “É isso. E você ao abrir a boca, ao me pedir o nome, estava prestes a despertá-lo. Te peço apenas um momento de silêncio.”

Ela consentiu mas ele não se calou. Encostou a cabeça no seu colo e, visivelmente emocionado, desabafou. “Me deixe tolo, naïve, ingênuo. Quero olhar o mundo novamente como quem não o viu e viveu dezenas de vezes. Vida, após vida.”

Ela o olhou nos olhos. Beijou-o. Sussurrou algo no seu ouvido numa língua há muito morta e o recebeu como não fazia há centenas de anos.

Biografia

publicado na Tribuna da Imprensa

Este não caminha mais. Já era. De resto não há mais o que se possa falar do defunto. É apenas mais um amontoado de carnes pútridas a esperar a reciclagem definitiva. Desencarnou de fato. Ossos e estorvos para os que ficam. Alguns até choraram o seu nome, lembranças, dívidas. Não criou os filhos, os netos. Não plantou árvores nem escreveu livros. Não amou mulheres nem homens. Não viu o seu time campeão, tampouco sua nação virou a promessa da sua infância.

Sobre a infância há menos fatos que as impressões. Correu no mato, subiu em árvores, soltou balões (sem saber o quão nocivos à sociedade esses o são), brigou na rua até sangrar o nariz, jogou bola, soltou pipas (ou papagaios), comeu fruta no pé, sujou lençóis das vizinhas, amou primas e vizinhas nos córregos em que pescava e caçava rãs.

Sua infância? Não é mais a de ninguém. Envelheceu antes de registrá-la.

Deu-se por si, adulto, apto para criar família, emprego burocrático. Não quis. Achou que era gente, que poderia se reinventar, ser diferente, deixar o mundo das ruas não calçadas para a metrópole, para a capital. Veio ter desventuras no Rio de Janeiro. Morava em Copacabana (como todos os outros), na Almirante Gonçalves, perto do Bip Bip. Cortava cabelo no Gino’s. Brigava mensalmente com o Russo. “Porra Russo. Máquina dois no lado e atrás. Deixa o cabelo crescer no topo.” “Vai ficar feio. Confia em mim” “Faz o que digo, Russo.” “Tá bom.” E o Russo não fazia. Contava as mesmas histórias sempre, perguntava se ele era médico, deixava uma revista de mulher pelada no colo e cortava do mesmo jeito que fazia há vinte anos.

Russo não foi no enterro.

Morava só e para preservar essa solidão não amava ninguém. Para os prazeres bastava o jornal, um telefonema e alguns reais na mesa para a menina. Ou os rapazes. Ninguém sabia em qual time ele jogava. Não fazia diferença: ele chegava no trabalho – escrivão, tabelião, caixa, sub-gerente, gerente, aposentado – antes das oito e saía depois das nove. Regulado como um relógio, tinha hora de acordar, comer, mijar, cagar, trepar, entediar-se, arremeter-se aos sonhos. Que não os tinha.

Ele não sonhava.

Caminhava pelo calçadão num feriado mal colocado no meio da semana. Almoçou no Alcazar e pairava ocioso entre os bancos da praça da Almirante, vendo os aposentados jogando Buraco e Tranca. Teve a primeira pontada ali mesmo. Tentou pedir ajuda, estender a mão para o próximo, mas não tinha o hábito. Tombou ali mesmo.

Dali pro Copa D’Or. Do hospital para o Caju.

Velório com meia dúzia de gatos pingados. Meio aliviados em fugir do trabalho, meio constrangidos em estarem ali, velando por um perfeito desconhecido. Um deles sugeriu ir a um boteco comprar uma cachaça em homenagem ao defunto. Os seis foram. Voltaram três horas depois, embriagados, molestando os vivos – as vivas, a bem da verdade – e os mortos do cemitério.

Chegaram a tempo de verem a última pá de cimento lacrar a lápide vertical de quinta categoria. O coveiro perguntou quem era o presunto. Dois sabiam o nome inteiro dele. Quatro o apelido: “Bigode”. Bigode era Yoshua Nasherem.

A lápide estava em branco.

As Mulheres Que Perdi – Fabrício Carpinejar

Perdi Alice porque ela me achou baixo. Perdi Lisa porque minha língua mancava na infância. Perdi Rita porque era seu melhor amigo. Perdi Gisele para meu melhor amigo. Perdi Renata porque ela mudou de estado. Perdi Ivana porque escrevi cartas de amor e não tive coragem de mandar. Perdi Maria por um apelido. Perdi Fátima quando pichei o muro de sua residência. Perdi Caroline porque fumava. Perdi Sandra ao perder seu livro de Português. Perdi Débora ao pedir cola. Perdi Rosa pela asma. Perdi Cristina pela catapora. Perdi Rose porque troquei de escola. Perdi Josélia por não aprender inglês. Perdi Viviane porque não jogava vôlei. Perdi Marisa na parada de ônibus. Perdi Carla ao buscar cerveja. Perdi Cristina quando demorei a dançar. Perdi Cristiane por um surfista na praia. Perdi Estela no fim de uma festa. Perdi Bruna ao atravessar a rua. Perdi Luciana por não telefonar. Perdi Laura ao me casar. Perdi Ângela por ela estar casada. Perdi Márcia por não insistir. Perdi Mariana por insistir. Perdi Sonia na fila do banco. Perdi Marta por não puxar conversa. Perdi Cíntia ao ir ao banheiro. Perdi Lisiane por sono. Perdi Lisa por ressaca. Perdi Manuela pelo mau humor de manhã. Perdi Amanda por insegurança. Perdi Janete por excesso de confiança. Perdi Bárbara em um filme polonês. Perdi Bianca pela falta de cabelos. Perdi Fernanda porque ela não gostava de barba. Perdi Janete pelo jogo de futebol. Perdi Dulce por ciúme. Perdi Teresa por duvidar dela. Perdi Gabriela por criticar suas músicas. Perdi Fabrícia pelo nome parecido. Perdi Paula ao odiar seus pais. Perdi Deise para meu irmão mais velho. Perdi Cátia para meu irmão caçula. Perdi Denise ao não segurar sua mão. Perdi Ester pelo atraso. Perdi Flávia porque ela queria ter filhos. Perdi Tamisa porque eu queria ter filhos. Perdi Tânia quando ela trocou os graus de seus óculos. Perdi Joana para sair com os amigos. Perdi Milena por fazer pouco caso de sua dor. Perdi Geórgia ao comer de boca aberta. Perdi Regina pela solidão. Perdi Vitória por fofoca. Perdi Jordana por não suportar discutir o relacionamento. Perdi Lídia porque ficava em casa. Perdi Beatriz porque não voltava para casa. Perdi Elisa porque envelheci a fé.

Perdi mulheres pelas dúvidas que recebi de minha mãe e deixei para resolver depois. Perdi mulheres pela teimosia em antecipar as falas. Perdi mulheres por acreditar que eu amava o suficiente. Nunca é suficiente. Perdi mulheres ao mentir que não trairia. Perdi mulheres para me fazer de vítima. Perdi mulheres porque em algum momento não estava em mim e coloquei travesseiros debaixo da coberta e fingi dormir enquanto fugia.

Perdi mulheres por descuido. O homem é um descuido.

Fabrício Carpinejar

Tia Nastácia – Dorival Caymmi

La la laia laia laia…

Na hora que o sol se esconde
E o sono chega
O sinhozinho vai procurar
Hum…hum…hum…
A velha de colo quente
Que conta quadras
que conta estória para ninar
Hum…hum…hum…

Sinhá Nastácia que conta história
Sinhá Nastácia sabe agradar
Sinhá Nastácia que quando nina
Acaba por cochilar
Sinhá Nastácia vai murmurrando
estória para ninar

La la la la la (Firma ai…)
Na hora que o sol se esconde
E o sono chega
O sinhozinho vai procurar
Hum…hum…hum…
A velha de colo quente
que conta quadras
que conta histórias para ninar
Hum…hum…hum…

Sinhá Nastácia que conta história
Sinhá Nastácia sabe agradar…
Ha…Ha…
Sinhá Nastácia que quando nina
Acaba por cochilar
Sinhá Nastácia vai murmurrando
Estórias para ninar
Pexe é esse meu filho?
Não meu pai…(Coro)
Pexe é esse mutu manguénem
A toca do mato guénem… guénem…
Suê filhoê tocaê marinbaê

La la la la la la la la la la (Bis)

Pexe é esse meu filho
Não meu pai… (coro)
Pexe é esse… mutu… manguénem…
É a toca do mato guénem… guénem…
Suê filhoê…

Tocaê marinbaê (Coro)
Tocaê marinbaê.

Vencidos – Arte no Escuro

Em copos sujos se afoga a ira
e os lamentos saem do coração
acaba o morto o que não poderia
é tão rico o mundo da ilusão
ah ah ah ah
ah ah ah ah
esqueço as luzes
esqueço as luzes
prefiro os meus sonhos
prefiro os meus sonhos
eles possuem
eles possuem
o que desejo há tanto
o que sente a dor no coração dos homens
na dor dos vencidos nas mesas do bar
olho a olho no teto do quarto
eu e os meus sonhos corremos o ar
olho a olho e os copos tão sujos
e a dor dos vencidos nas mesas do bar
e a dor dos vencidos
e a dor dos vencidos